sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Ontem de manhã tive uma consulta de rotina num hospital privado. Quando saí do consultório, enquanto esperava na recepção, para pagar, chegou um funcionário acompanhado de um senhor velhinho - eu chamo-lhes velhinhos - e dirigiu-se a uma outra funcionária a informar que o senhor estava ali para fazer um exame à próstata. "Muito bem, pode deixar aqui que eu encaminho". O senhor lá ficou, ao meu lado. Começaram as perguntas. "Nome?" "A." "Sr. A, não trouxe nenhum papel consigo? O que vem fazer? Sabe qual é o médico?" O senhor A. não ouvia bem, não tinha 'o' papel, não sabia o nome do médico. Sabia que já ali tinha estado para fazer análises, tiraram-lhe sangue do braço. Dois telefonemas da funcionária e ninguém sabia de nada."Tem a certeza que foi neste hospital?" O Sr. A. sabia que tinha subido num elevador mas se calhar não era aquele, "o camarada é que me trouxe, se calhar enganou-se. Como é que se chama este hospital?" Quem lhe responde fala baixo, o Sr. A. fica com olhar perdido como quem não percebe mas não quer perguntar outra vez. "O Sr. está sozinho?" Não, o senhor veio no carro dos bombeiros da sua terra, Bragança. O Sr. A. está sozinho, sim. Nisto, a funcionária que se tinha ausentado, traz a explicação. "Sr. A., já sei do que se trata, tem que fazer um exame, mas não é aqui."
Eu, com o coração na boca, "Eu tenho carro, levo o senhor onde for preciso. Onde é?" O exame era naquele hospital, só que no lado oposto do edifício, "Deixe estar" - disse a funcionária. "Vamos lá Sr. A., vamos lá que eu levo-o."
Eu vim embora. O coração já tinha saltado da boca para as mãos. Entretanto, o elevador que subiu e desceu enquanto eu estava lá dentro, parou novamente no mesmo andar. A porta abriu e o Sr. A. lá estava parado com a funcionária. "Entre, Sr. A". Eu esbocei um sorriso, infelizmente não lhe podia dar mais. E o Sr. A. manteve o olhar perdido, como quem não percebe, porque já não deve receber muitos sorrisos.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Dos outros

Às vezes tenho vontade de criar um blogue só com palavras dos Outros. Com o devido reconhecimento, claro. Porque encontro por aí coisas francamente bonitas, verdadeiras, que acho, se compiladas, dariam um belíssimo instrumento de leitura.
Ai, eu pagava a quem me trouxesse de volta a boa disposição que deve ter sido arrancada juntamente com o siso. Já nem eu tenho paciência para mim.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Gosto #3

25º Aniversário do Vitinho pelo Google

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O problema não é arrancar o dente do siso.
É conseguir dormir e comer depois disso.