sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

2011

Durante muitos dias pensei neste ano que agora termina e de todas as vezes só me ocorreu uma palavra - desemprego. Hoje parei, obriguei-me a sentar e a pensar uma vez mais, com a agenda à minha frente. Li, relembrei, passei muitas páginas em branco (que dizem tanta coisa), senti e vi cada acontecimento como se fosse ontem. É verdade, 2011 foi o ano em que estive desempregada e que fez desta a minha maior preocupação, mas foi mais do que isso e eu não posso - nem devo - esquecer tudo o resto.
Em 2011...
Fiz milhares de kms de comboio, visitante assídua de Lisboa, cidade que aprendi a conhecer e a gostar; nasceu o Tiaguinho; (re)descobri Amigos; tirei um siso; passeei mais pelo meu Porto; fiz uma formação; fiz quase dois meses de fisioterapia à coluna; viajei até Dublin e Birmingham; fui a um casamento Indiano; com muita tristeza e alguma mágoa terminei uma relação; fiz muitas caminhadas matinais; fiz outra formação; festejei o meu 31º aniversário rodeada de gente que eu sei que gosta de mim; ganhei um amigo; vi pessoas próximas perder pessoas que amavam; a minha irmã esteve sempre a meu lado; comovi-me porque os lugares na mesa de Natal foram os mesmos do ano passado;  relembrei inúmeras vezes que o "amanhã" é incerto.

2011 não foi, para mim, um ano bonito. Mas ainda não foi o ano em que deixei de acreditar, lutar e ter esperança. Ainda que incerto, o "amanhã" pode ser muito melhor que hoje.
De manhã, o sol tem invadido o meu quarto. E não há melhor forma de acordar.

sábado, 24 de dezembro de 2011

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Coca-cola cherry

(a propósito do Postal Polar que recebi...)

Por motivos de força maior (obrigadinha, ó google. :p para ti) a Miss Scarlet não conseguiu comentar aqui no sítio, mas com a devida autorização publico o email que me enviou. De facto, é bom demais para ficar escondido.

"Olá, olá!
:D


Já estava a ficar ansiosa!!
Este ano esmerei-me, tentei arranjar um postal de natal original, mas era injusto deixar a 'ursa' de fora... eh eh!
Afinal ela é que é a mentora e força motora deste movimento ;)


Agora o que tu não sabes é que eu tentei arranjar-te um presente um bocadinho mais original... uma lata de coca-cola cherry! lolol!
Há uns 20 anos ou mais, a coca-cola inventou um sabor 'cherry', que desconfio que nem chegou a ser lançado na Europa.
Mas pus todos os meus colegas que viajaram a procurar pela dita coca-cola cherry :))
Zurique, Madrid, Açores e Brasil não tinham coca-cola cherry :(
Até contactei a coca-cola propriamente dita em Portugal ;)
Ou seja, além de teres ficado muito popular na minha empresa ;) deste origem a histórias muito engraçadas, porque me passou pela cabeça que se não gostas de coca-cola é porque ainda não provaste a coca-cola ideal para ti!


Mandar-te um gato pelo correio era mais complicado ;))

Fico muito contente por finalmente o meu postal ter chegado ao destino e espero que essa vela te traga também muita paz a ti.
E muita energia positiva para 2012!
"

Ora bem, por onde começar?...


Confesso que tenho alguma pena de não gostar de Coca-Cola mas acho que um dia chego lá (comecei a gostar de bacalhau aos 24 anos e desde então as noites de Natal não mais foram as mesmas). Agora, uma Coca-Cola cherry seria uma coisa muito à frente! :) Que odisseia...Valeu, e muito, a intenção, Miss Scarlet!!

Mais uma vez te agradeço o Postal e a velinha que acredito vá cumprir o seu propósito. Paz e energia positiva são duas das mais importantes coisas que desejo para o ano novo que se aproxima.

Um beijinho grande e Feliz Natal!!!

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

E parece que também chegou...

...o Postal Polar que enviei ao Alberto, do Outras Escritas! :)

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Chegou!! :)

Quando hoje cheguei a casa para não mais sair, parei no piso 0 para ver o correio. Ora, aviso dos CTT para levantar cartinha. Sobe até casa, engole qualquer coisa, tira novamente o carro da garagem e vai em busca do tão esperado Postal Natalício. Assine aqui, agora BI (ande lá com isso pf), ok é isto, pode levar. Passo apressado até ao carro, sento-me e abro o envelope endereçado a "Exma. Blogger Ana" (ah pois é). E pronto, sorri. Sorriso rasgado, mesmo.
Obrigada Miss Scarlet, o teu postal está delicioso. E ficaste tão bem ao lado da Ursa!
É verdade, não gosto de Coca-Cola (que fazer, sabe-me a mofo em estado líquido) e gosto muito pouco de gatos (um dia destes desenvolvo aqui esta questão), mas estou certa de que facilmente contornaremos estes obstáculos. :)
Uma coisa que não saberás é que descobri o "Miss Scarlet Red" há pouquinho tempo e que desde então o teu cantinho faz parte das minhas visitas regulares. Coincidência gira. Ainda ontem pensava "como é que a Miss Scarlet terá posto aqui estes floquinhos de neve a cair... gosto disto..."
Desejo que tenhas um Natal feliz e que o ano de 2012 te traga tudo o que desejas. Um beijinho grande!

Nota para o Pai Natal - Para o Natal, queria pf uma internet nova. É que este post foi escrito ontem e só hoje, a muito custo, consegui publicá-lo.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Natal dos Hospitais e Embrulhos de Natal

Há mais de 20 anos, tinha eu 8 ou 9, passava a tarde do "Natal dos Hospitais" a fazer embrulhos. Em casa da minha Avó, começava por reunir o papel que havia e a fazer laços com a ajuda da tesoura, entre um e outro presente desconcentrava-me com a televisão sempre ligada, quando acabava pedia mais prendas para embrulhar. Se não havia, eu fazia saquetas para quando fosse preciso. A tarde passava, o dia escurecia e eu não me importava de passar horas naquilo. A minha Avó dizia que eu tinha "muito jeitinho". Devo ter mesmo, porque continuam a pedir-me para fazer embrulhos. E foi o que fiz hoje, mais de 20 anos depois, acompanhada pelo "Natal dos Hospitais".

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

A minha Carta ao Pai Natal

Responder a anúncios de emprego ao som de músicas natalícias.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Às vezes não sei se são as pessoas que me desiludem ou se sou eu que me desiludo com as pessoas com demasiada facilidade.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Eu, que falo sozinha por tudo e por nada. Em casa, a conduzir, no parque de estacionamento quando não sei do carro, no supermercado com as prateleiras. Chego aqui, cheia de coisas para dizer e não sai nada.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Dia 1 de Dezembro foi assim...

Tanta gente conhecida!

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Isso e a falta de assunto interessante. Mas aviso já que vou continuar.

A avaliar pelos quatro últimos posts, é notório o meu esforço por esquecer que o Natal este ano tem assim um saborzinho meio agridoce.

Sim, eu gosto da Popota...

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

De hoje a um mês (II)

De hoje a um mês, por esta hora, vou estar agarrada à barriga, a dizer que não devia ter comido tanto. E depois rebolo até aos frutos secos, agarro num punhado de avelãs e sento-me confortavelmente a saborear uma a uma.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

De hoje a um mês (I)

De hoje a um mês, por esta hora, vou estar a ultimar os preparativos para a Noite de Natal. Antes de sair de casa, verificar se não falta nenhum presente, enviar as mensagens natalícias que já devia ter enviado há 5 horas, não esquecer a máquina fotográfica. Olhar para o relógio "Estás atrasada, despacha-te". E finalmente sentar no carro e ouvir bem alto a Mariah a cantar "All I Want For Christmas Is You" (não dá para mais porque a viagem só demora mesmo 4 minutos).

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O Natal de 2011

E para contrariar isto, vamos começar por isto.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Gosto #7

Feliz Dia de S. Martinho pelo Google

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Depois dos beijos e do abraço apertado à minha Avó que é mais baixa do que eu e fácil de envolver, e depois dos "adeus" acenados à janela enquanto não chego ao carro, sentada já ao volante, liguei o rádio no momento em que começava a tocar "When I Fall In Love", na voz ternurenta de Nat King Cole. Aumentei o volume, procurei os óculos de sol na carteira e iniciei viagem. E aumentei um bocadinho mais o volume a pensar na minha avó que eu sei que gosta de ouvir Nat King Cole.
"When I fall in love it will be forever
Or I’ll never fall in love
"
Mais à frente, dois carros parados, à espera de uma brecha para entrar na via de sentido contrário ao nosso, é preciso ultrapassar porque algo impede a circulação normal. Uma ambulância parada na estrada, junto do passeio e de um aglomerado de gente. Passa o primeiro carro e logo a seguir o segundo. Depois vou eu, não sem antes ver que alguém está a ser assistido ali mesmo, no chão daquela rua.
"In a restless world like this is
Love is ended before it’s begun
And too many moonlight kisses
Seem to cool in the warmth of the sun"
Sigo o meu caminho, poucas centenas de metros à frente uma pessoa caminha apressadamente e pára no meio da estrada, a fazer não sei o quê e abrando, não vem nenhum carro atrás. É um rapaz, está a fotografar as outras pessoas, quatro ou cinco, à porta do edifício que eu reconheço. É a Conservatória do Registo Civil. Páro o carro, dou passagem ao casal, ele leva uma bebé ao colo. No chão daquela rua chovem pétalas e arroz pelas mãos das duas raparigas que fazem a festa do casamento. O casal agradece, sorridente. E eu sorrio ainda mais.
"When I give my heart it will be completely
Or I’ll never give my heart
And the moment I can feel that you feel that way too
Is when I fall in love with you."
Até que a força do sorriso se transforma num nó na garganta tão repentino, tão intenso e tão imediato que o choro explode. Foi assim que cheguei a casa, sem saber explicar muito bem porquê, de pintura borratada e olhos inchados.
"And the moment I can feel that you feel that way too
Is when I fall in love with you."

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Essa grande ciência

Está uma senhora na Praça da Alegria a ensinar a estender roupa.
No rodapé lê-se: "Estender a roupa. Conheça todos os segredos"

F&%$. E eu não arranjo trabalho. Por exemplo, sou tão boa na organização de roupeiros.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

E eu, que gosto tanto do Natal...

... não houve ano que o quisesse mais longe do que este.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Do desemprego

Daqui a poucas semanas vai fazer um ano que estou desempregada. Neste tempo que passou, já enviei centenas de CVs, cartas de apresentação e emails mais ou menos personalizados, entre candidaturas espontâneas, respostas a anúncios e 'endereço do amigo do amigo que conhece alguém'. Fui chamada para poucas entrevistas, ainda assim, das mais ridículas às mais profissionais, das mais enganadoras às mais sérias, das 'o que é que estou aqui a fazer' às 'eu gostava de ficar aqui'.

Nestas andanças, percebi que mais difícil do que a entrevista em si, é poder depois conversar abertamente com as pessoas e opinar sobre ao que fui...

Perguntaram-me (ainda no telefonema pré-entrevista) se tinha filhos, que muitas vezes teria de ficar bem para lá da hora de saída e que portanto... ; em boa verdade, agora que recapitulo, a questão dos horários para lá dos estípulados foi abordada em praticamente todos os sítios a que fui; ouvi que um CV que apresente um desempregado há mais de 6 meses começa a criar uma certa relutância aos empregadores e que isto piora quando a data de nascimento revela (os meus) 31 anos de idade; transmitiram-me de sorriso nos lábios que pouco mais do que o ordenado mínimo era uma grande oportunidade; respondi para administrativa do departamento de marketing e saí de uma entrevista para vendedora; preenchi questionários cujas respostas estavam chapadas no CV previamente enviado. E em alguns minutos, é do que me lembro.

Durante os anos que trabalhei, não houve uma tarefa que ficasse por terminar porque estava na hora de saída. Foram muitas as vezes em que houve necessidade de ficar mais uma, duas horas para lá das 18h30 e isso permitiu-me vir para casa com a sensação de dever cumprido. No entanto, daí a achar que este deva ser um hábito, vai uma grande distância. Não é correcto, não é justo, não é saudável. E eu não tenho marido nem filhos, não sei o que é trabalhar sem horário de saída, voltar para casa e ser mulher e mãe.

Se estou desempregada há mais de 6 meses, é porque em 6 meses não consegui arranjar trabalho, não porque não quis arranjar trabalho. Devo ir alterando a data de desemprego no CV?
Quanto aos meus 31 anos, neste momento interessa há quanto tempo eu existo ou aquilo que eu fiz no tempo da minha existência? 31 anos é idade demais para trabalhar?

Eu sei que nesta altura há muitas pessoas que gostavam de ter a oportunidade de trabalhar e ganhar o ordenado mínimo. Eu própria, sabendo que este valor não cobre as minhas despesas mensais (que incluem uma renda), terei de arranjar um segundo trabalho se assim tiver de ser. Mas não me digam, nem a ninguém, que o ordenado mínimo é um euromilhões, não façam pouco das vidas que não conhecem.

O resto, nem comento. Anúncios enganadores e entrevistas para fazer número "não têm explicação", como diria uma amiga.


Eu percebo, sinto na própria pele, que estamos em crise. Que o desemprego abunda e cresce de dia para dia, que os tempos estão francamente difíceis e que arranjar trabalho é complicado. Sei também que devemos agarrar as oportunidades com toda a força. Mas, sinceramente, enquanto desempregada, deparo-me com uma outra crise quase tão grave e que contribui mais para o meu desalento. É uma crise de valores e de carácter que faz com que as pessoas tenham comportamentos e atitudes que roçam a maldade.

Assim, quando eu contar as minhas entrevistas, se por acaso criticar alguma coisa com a qual não concordo ou acho incorrecta, não cuspam um imediato "tens que te sujeitar". Porque eu sei bem onde estou, tenho os pés bem assentes na terra e sei que o mais provável é "ter que me sujeitar". Mas ainda não chegou o dia em que eu não saiba distinguir o certo do errado e mais longe ainda está aquele em que a liberdade de expressão me foi roubada.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Gosto #6

13º Aniversário da Google

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Não acho normal

Na SIC está dar uma reportagem acerca da dor da perda de um filho.
Na TVI está a dar uma reportagem acerca da dor da perda de um filho.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Tempo para tudo, vontade para nada

Acorda às 7h e vê o sol a intrometer-se pelas frinchas da persiana. Vira de lado, mais uma e outra vez. Sai da cama e liga o computador, esqueceu-se de fazer uma pesquisa específica para a procura de emprego. Manda um email, volta para a cama, os olhos ainda pesam. Vira de lado, mais uma e outra vez, liga a televisão e escolhe o programa mais desinteressante. Dorme mais hora e meia. Levanta-se, passeia-se entre a cozinha, a sala e a varanda. Arranja-se, vai lavar o carro, o almoço está à espera no sítio do costume. Café e um cigarro.

Eu podia, como prometido já não sei onde, finalmente organizar as fotografias e escolher umas tantas para começar a encher a 'minha' parede; podia pegar na máquina e brincar aos fotógrafos amadores; podia (re)começar a ler um dos livros que comprei com tanta vontade; podia escrever e escrever; podia ver um dos filmes que me emprestaram e já deviam ter sido devolvidos. Podia até limpar a casa, arrumar, passar a ferro, ver televisão, dormir.
Mas... falta-me alguma coisa. E não é tempo.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

A melhor prenda?

O carinho de todos os que estiveram presentes e o carinho das mensagens e dos telefonemas. Isso, ninguém me pode tirar.

domingo, 3 de julho de 2011

31

quinta-feira, 16 de junho de 2011

À noite

Fica tudo mais complicado. E mais difícil.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Podias, poupando palavras, dizer apenas

"Tenho cara de homem feito, mas vou ser sempre uma criança em desenvolvimento"

domingo, 1 de maio de 2011

domingo, 10 de abril de 2011

Ainda não percebi se estou zangada ou triste.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Ontem foi um dia feliz.
Hoje foi um dia estúpido.

domingo, 3 de abril de 2011

Gosto #4


19º Aniversário do Primeiro Gelado Sundae pelo Google

Nham Nham...

terça-feira, 29 de março de 2011

O resto que não se vê

Imagem tirada da net

Eu precisava assim de um Biggest Loser na vida mas não exactamente pela transformação física...

segunda-feira, 28 de março de 2011

Obrigada menina

Agradeço à menina que ontem veio ao meu lado no comboio o facto de ter posto o portátil mesmo a jeito para eu conseguir ver um episódio da temporada 7 da Anatomia de Grey. Tornou a minha viagem 40 minutos mais agradável.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Menina Mulher

Ela tem cara de menina, estatura de menina, mãos de menina.
Os olhos, que parecem de menina, são de Mulher.
Ela já perdeu pessoas muito importantes, mas nunca se perdeu a si mesma.
Ela é especial, inteligente, eu diria de uma inteligência sublime, que não chega a todos.
Ela não tem medo dos medos que todos nós temos.
Ela escreve de forma simples e brilhante.
Ela é filha, irmã, esposa. E por mais gente que lhe roubem, nunca deixará de o ser.
Ela é amiga, eu sei que é, daquelas de uma vida inteira, que nem a distância nem o tempo apaga a memória.
Ela é mãe. E eu, se nascesse outra vez, gostava de ser sua filha.

Do dia de ontem

Os homens não crescem mesmo, pois não?...

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Ontem de manhã tive uma consulta de rotina num hospital privado. Quando saí do consultório, enquanto esperava na recepção, para pagar, chegou um funcionário acompanhado de um senhor velhinho - eu chamo-lhes velhinhos - e dirigiu-se a uma outra funcionária a informar que o senhor estava ali para fazer um exame à próstata. "Muito bem, pode deixar aqui que eu encaminho". O senhor lá ficou, ao meu lado. Começaram as perguntas. "Nome?" "A." "Sr. A, não trouxe nenhum papel consigo? O que vem fazer? Sabe qual é o médico?" O senhor A. não ouvia bem, não tinha 'o' papel, não sabia o nome do médico. Sabia que já ali tinha estado para fazer análises, tiraram-lhe sangue do braço. Dois telefonemas da funcionária e ninguém sabia de nada."Tem a certeza que foi neste hospital?" O Sr. A. sabia que tinha subido num elevador mas se calhar não era aquele, "o camarada é que me trouxe, se calhar enganou-se. Como é que se chama este hospital?" Quem lhe responde fala baixo, o Sr. A. fica com olhar perdido como quem não percebe mas não quer perguntar outra vez. "O Sr. está sozinho?" Não, o senhor veio no carro dos bombeiros da sua terra, Bragança. O Sr. A. está sozinho, sim. Nisto, a funcionária que se tinha ausentado, traz a explicação. "Sr. A., já sei do que se trata, tem que fazer um exame, mas não é aqui."
Eu, com o coração na boca, "Eu tenho carro, levo o senhor onde for preciso. Onde é?" O exame era naquele hospital, só que no lado oposto do edifício, "Deixe estar" - disse a funcionária. "Vamos lá Sr. A., vamos lá que eu levo-o."
Eu vim embora. O coração já tinha saltado da boca para as mãos. Entretanto, o elevador que subiu e desceu enquanto eu estava lá dentro, parou novamente no mesmo andar. A porta abriu e o Sr. A. lá estava parado com a funcionária. "Entre, Sr. A". Eu esbocei um sorriso, infelizmente não lhe podia dar mais. E o Sr. A. manteve o olhar perdido, como quem não percebe, porque já não deve receber muitos sorrisos.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Dos outros

Às vezes tenho vontade de criar um blogue só com palavras dos Outros. Com o devido reconhecimento, claro. Porque encontro por aí coisas francamente bonitas, verdadeiras, que acho, se compiladas, dariam um belíssimo instrumento de leitura.
Ai, eu pagava a quem me trouxesse de volta a boa disposição que deve ter sido arrancada juntamente com o siso. Já nem eu tenho paciência para mim.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Gosto #3

25º Aniversário do Vitinho pelo Google

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O problema não é arrancar o dente do siso.
É conseguir dormir e comer depois disso.

domingo, 23 de janeiro de 2011


Gostava de conseguir acordar bem cedo. Gostava de acordar minimamente penteada - o meu estado normal é ao melhor estilo de artista rock dos anos 80. Não gostava de acordar pintada, mas dispensava bem o pálido-morto. Gostava de saber cozinhar a sério e com gosto. Na verdade, bastava saber cozinhar. Gostava de caminhar todos os dias - desculpas como 'não tenho companhia', 'está frio' e 'está chuva' já me cansam (uma outra boa é 'não tenho roupa'). Gostava de não ser tão complicadinha (isto tenho que dizer baixinho). Gostava de ser menos preguiçosa e mais corajosa. Gosto da minha memória mas há recordações que bem podiam apagar-se, eu ía gostar.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

1 Ano e 4 Dias

Eu não me lembrei que tinha criado este blog no dia 14 de Janeiro de 2010.
Se há um ano atrás me dissessem o que ía ser vivido nos 369 dias seguintes, eu dificilmente acreditaria. Agora que li os posts, vi tudo aquilo por trás do que escrevi. Aconteceu tanta coisa... E eu volto a dizer: 2010 foi um ano de caca. Xô 2010!!!!